Doenças do intestino
Retocolite ulcerativa
A retocolite ulcerativa só acomete o intestino grosso e tem lesões mais superficiais. Atinge apenas a camada mais interna do órgão. A doença sempre afeta o reto e também variáveis porções proximais do cólon, em geral de forma contínua, ou seja, sem áreas de mucosa normais entre as porções afetadas.
A doença pode iniciar em qualquer idade, sendo homens e mulheres igualmente afetados. O pico de incidência parece ocorrer dos 20 aos 40 anos e muitos estudos mostram um segundo pico de incidência nos idosos.
Entre os sintomas da retocolite, estão diarreia com mais de um mês de duração, emagrecimento, muco ou sangue nas fezes e febre.
Doença de Crohn
A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória que pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo (desde a cavidade oral até a região anal) sendo mais comum na final do intestino delgado (íleo) e do intestino grosso (cólons).
Estomatites (inflamações na boca), diarreia, dor no abdômen, perda de peso e febre são características mais comuns. A inflamação do intestino delgado (principalmente do íleo terminal, em 80% dos casos) e do intestino grosso (colite) provoca diarreia com ou sem muco (secreção) e/ou sangue nas fezes.
É comum apresentar distensões do abdome, dor do tipo cólica, com dificuldade para a eliminação de gases intestinais. É frequente ocorrer uma obstrução parcial ao esvaziamento do conteúdo intestinal, com necessidade de internações com hidratação venosa, uso de antibióticos venosos e de corticosteroides, além de restrição temporária à ingestão de alimentos, para ajudar na recuperação. É possível também a ocorrência de fístulas.
Câncer colorretal
São tumores malignos que podem comprometer todo o intestino grosso (cólon) e o reto. Podem atingir tanto homens quanto mulheres, sendo a primeira causa de câncer do aparelho digestivo e a terceira em incidência entre todos os tumores malignos em nosso país.
Infelizmente, os sintomas são mínimos ou inexistem no início da doença (quando os resultados do tratamento seriam melhores). Os mais importantes são: Perda de sangue, que pode ser oculto (só se manifestando através de uma anemia, fraqueza e cansaço) ou visível (sangue vivo ou escuro) percebido ao evacuar ou surgindo misturado às fezes; Dor abdominal; Massa abdominal; Alteração do ritmo intestinal; Intestino preso; Diarreia alternada com intestino preso; Vômitos ou náuseas.
Constipação intestinal crônica
A constipação intestinal é também conhecida por como "intestino preso” e “prisão de ventre”. É caracterizada pela dificuldade constante ou eventual de eliminação das fezes (defecação), levando ao desconforto e outros transtornos ao paciente. Trata-se de um sintoma e não de uma doença específica. Pode, no entanto, indicar alguma manifestação de doença que necessite investigação para o diagnóstico.
São consideradas constipadas as pessoas que apresentam queixas de eliminação de fezes endurecidas; frequência de defecação menor do que três vezes por semana; sensação de esvaziamento incompleto do reto. A eliminação de fezes endurecidas, em cíbalos ou fragmentadas, mas de difícil eliminação, é também considerada constipação mesmo que a frequência seja normal.
Pólipos do intestino grosso
O pólipo intestinal é uma alteração causada pelo crescimento anormal da mucosa do intestino grosso (cólon e reto). É uma das condições mais comuns que afeta o intestino, ocorrendo em 15 a 20% da população. Alguns são baixos e planos, outros são altos e se assemelham a um cogumelo, podendo aparecer em qualquer parte do intestino grosso. Inicialmente são diminutos e benignos (adenoma), podendo crescer até sofrerem transformação maligna (adenocarcinoma). Por este motivo é tão importante a remoção dos pólipos, com a finalidade de prevenir o câncer.
Quando provocam sintomas, podem provocar sangramento, saída de muco com as fezes, alterações no funcionamento do intestino e, em casos raros, dores abdominais. Mas, na maioria das vezes não apresentam sintomas, sendo descobertos com maior frequência através de exames como a colonoscopia.
Doença diverticular
Divertículos são pequenas saculações (pequenos sacos) que surgem na parede do intestino grosso. O divertículo é formado por uma camada interna chamada mucosa e outra externa chamada serosa, ambas muito finas e próximas aos vasos que nutrem o intestino. O seu aparecimento está relacionado à diminuição da ingestão de fibras na dieta.
Os pacientes com diverticulose são assintomáticos. Uma pequena parcela destes apresenta algum sintoma, principalmente dor abdominal e mudança no hábito intestinal, passando a apresentar a “diverticulite”. Os pacientes com sintomas devem ser investigados para confirmação do diagnóstico e identificação das complicações, sendo empregados exames laboratoriais (sangue, fezes e urina), exames radiológicos (tomografia computadorizada) e o exame endoscópico (colonoscopia) - após melhora da crise.
Prolapso retal
Esta doença se caracteriza pela exteriorização do reto através do orifício anal. Pode ser um prolapso completo ou parcial. No último caso, apenas a camada mucosa (a mais superficial) se faz notar. Seu surgimento é mais frequente nos extremos da vida, isto é, na infância ou na idade avançada.
Pode ser causado por vários fatores, geralmente combinados: diminuição da força dos esfincteres anais, alteração da anatomia da pelve por cirurgia, parto ou trauma, constipação intestinal severa e prolongada, perda de peso acentuada e outros fatores imprevisíveis que podem mudar o equilíbrio anatômico da região.
Síndrome do intestino irritável
Síndrome do intestino irritável é um distúrbio na motilidade intestinal não associado a alterações estruturais ou bioquímicas e que se caracteriza por episódios de desconforto abdominal, dor, diarreia e prisão de ventre (constipação) presentes pelo menos durante 12 semanas (consecutivas ou não).
Dentre os sintomas podemos citar: desconforto abdominal; dor; cólicas; alternância entre períodos de diarreia e prisão de ventre; flatulência exagerada; sensação de esvaziamento incompleto do intestino. Os sintomas podem piorar depois da ingestão de certos alimentos, como cafeína, álcool e comidas gordurosas.
Endometriose intestinal
A endometriose intestinal é quando o tecido endometrial, que reveste a parte interna do útero, cresce no intestino, dificultando seu funcionamento e causando sintomas como alteração dos hábitos intestinais e dor abdominal intensa, especialmente durante a menstruação.
Quando as células do endométrio são encontradas apenas na parte externa do intestino, a endometriose intestinal é chamada de superficial, mas quando penetram na parede interna do intestino, é classificada como endometriose profunda.
Diarreia
As principais características da diarreia são o aumento do número de evacuações e a perda de consistência das fezes, que se tornam aguadas. Uma das complicações mais perigosas é a desidratação. Adultos são mais resistentes, mas bebês, crianças e idosos desidratam-se com facilidade, até em menos de 1 dia.
Boca seca, lábios rachados, letargia, confusão mental e diminuição da quantidade de urina são sintomas de desidratação que, além de diminuir as reservas de água do corpo humano — constituído por cerca de 75% de água –, reduzem os níveis de dois importantes minerais: sódio e potássio.